CRUSP SEM ÁGUA, LUCRO DAS EMPRESAS!
Desde a noite do dia 30/09, os moradores do bloco E relatam falta de abastecimento de água em seus apartamentos. Questionada, a PRIP respondeu que o problema era de responsabilidade da SABESP e que estava tomando providências. Entretanto, a questão da água persiste.
PRECARIZAÇÃO DA MORADIA
Não são recentes os casos de falta de água nos apartamentos. Ao menos uma vez no mês, algum bloco é surpreendido com o desabastecimento sem aviso prévio de retorno. No último mês, foi registrado falta de água no Bloco A1, A, C, F e no Bloco E.
Os moradores e a AMORCRUSP constantemente se mobilizam para que nossas demandas imediatas sejam atendidas mas, na realidade, o processo de precarização da moradia é reflexo de uma atitude política municipal, estadual e nacional de precarização dos serviços públicos por meio da privatização, como o caso da SABESP.
A falta de água não é o único problema de infraestrutura. A maior parte dos blocos sofre com cozinhas coletivas sucateadas e sujas, corredores sem iluminação e apartamentos com cupins e mofos, além dos elevadores completamente inseguros que quebram durante o uso. No mês de outubro, mais de dois estudantes ficaram presos nos elevadores dos bloco A1, E e C durante mais de uma hora em um fim de semana, em que há maior dificuldade de acionar os órgãos competentes para o resgate como a Zeladoria ou os bombeiros.
E A RAZÃO DISSO?
Existe, hoje, uma falta de qualidade na prestação de serviços no CRUSP. A razão disso não é outra se não a falta de funcionários na zeladoria (e a terceirização de diversas funções nesse setor), o avanço da privatização em São Paulo e a falta de ação da PRIP.
A precarização do trabalho ocasionado pelas políticas privatistas do governo fascista do Tarcísio de Freitas em São Paulo deteriora os espaços públicos e impossibilita a regularidade da prestação de serviços públicos. Por conta disso, não somente o CRUSP é afetado com a falta de abastecimento de água, mas, principalmente, toda área periférica da cidade de São Paulo é fragilizada. Na chamada “Batalha da ALESP”, diretores da AMORCRUSP foram agredidos por lutarem contra a privatização da SABESP, já prevendo que esta seria a realidade.
O grupo empresarial “Equatorial Energia”, atual gestão da Companhia de Saneamento Básico, já era conhecido por ser um grupo de ricos que retiravam os direitos dos funcionários e priorizavam, sobretudo, o lucro. Na gestão da SABESP não é diferente, locais mais nobres são privilegiados enquanto zonas mais suburbanas sofrem com a constante falta de água em suas casas. Por isso as ações da SABESP cresceram cerca de 30% desde a terceirização, enquanto o saneamento básico na cidade de São Paulo apenas retrocede.
Hoje, a PRIP se recusa a pressionar a SABESP de maneira mais incisiva por não se importar com os interesses e a dignidade dos moradores.
A precarização do espaço do CRUSP não pode ser vista como deterioração natural dos prédios ou ocasião normal, mas, sim, como um projeto de sucateamento da universidade pública para avanço das políticas de privatização. Caso não fosse um projeto, a PRIP não se recusaria a realizar uma reunião presencial com os moradores em respeito com a condição em que somos colocados, assim como não apenas daria esclarecimento após serem constrangidos por meio de “hackeassos” (spam por e-mail realizado pelos estudantes) e ofícios da AMORCRUSP.
A dignidade não é negociável. Não podemos permitir de nenhuma forma não sermos ouvidos pela universidade. Não podemos normalizar a infraestrutura precária com mais de oito bilhões no caixa da USP, sem uso útil. Temos que agir, nos mobilizar e realizar ações como atos na frente do Bloco K, cartas de blocos e mais intervenções. É necessário avançar por nossos direitos, retomando o que sempre foi nosso.

